O mercado de vendas em segunda mão triplicará em 5 anos
Nunca o ditado “do velho vem o novo” fez tanto sentido. Sustentabilidade é o tema do momento e diariamente surgem novas formas de reduzir, reciclar e reutilizar. O mercado de segunda mão é hoje uma das soluções mais procuradas na indústria da moda.
De acordo com o "2023 Resale Report", o mercado global de roupas de segunda mão deve crescer 3 vezes mais rápido, em média, do que o mercado global de roupas como um todo. Os maiores fãs dessa modalidade de compras são as gerações mais jovens. O estudo foi realizado pela plataforma de revenda online ThredUp, que regista vendas totais de segunda mão no valor de 177 bilhões de dólares americanos e estima que o valor será de 351 bilhões de dólares americanos já em 2027.
Assim, 64% dos entrevistados da Geração Z dizem que primeiro procuram um produto de segunda mão antes de comprar um novo. Além disso, 42% dos jovens têm menos chances de comprar uma peça de roupa que não tenha um bom valor de revenda e quase dois terços dos lojistas que revendem seus produtos acreditam que esse será um fator decisivo para o crescimento estratégico de longo prazo da empresa.
Mas a bandeira da sustentabilidade não é o único motor para o crescimento dessas soluções: orçamentos mais apertados são outro motivo para uma maior procura por opções mais econômicas.
Plataformas de revenda
Vinted e Wallapop são nomes que já se tornaram familiares no quotidiano dos consumidores: são duas das maiores plataformas de revenda em Portugal e no estrangeiro.
AVinted nasceu em 2008 e esta comunidade tem hoje 75 milhões de usuários em 16 mercados e 1.000 colaboradores e é considerada a maior plataforma de revenda de roupas.
O Wallapop chegou a Portugal em setembro de 2022. Além da categoria de moda, a app permite comprar e vender outros artigos como decoração, tecnologia, informática, desporto e lazer, entre outros. “Com uma média de mais de 100 milhões de novos produtos carregados anualmente na plataforma, e mais de 15 milhões de utilizadores que a visitam todos os meses, a Wallapop aposta no mercado português em 2021 depois de iniciar a sua fase de internacionalização com a entrada da plataforma em Itália, onde se tornou a app de reutilização com mais downloads acumulados no primeiro semestre de 2022”, refere a marca em comunicado.
Um estudo desenvolvido no início deste ano pela GfK a pedido da Wallapop concluiu que mais de 60% dos portugueses já compraram ou venderam artigos em segunda mão. O estudo também mostrou que os entrevistados se sentem melhor com esse tipo de compra porque sentem que estão contribuindo para uma maior sustentabilidade.
“A nossa análise dos resultados destes inquéritos, e o facto de já termos centenas de milhares de utilizadores portugueses ativos em pouco mais de dois meses após a entrada no país, mostra que os portugueses estão atentos às possibilidades do mercado de artigos reutilizados. Os nossos utentes são pessoas com maior consciência de consumo responsável, que se preocupam em fazer ou poupar dinheiro nas suas compras, mas que também querem sentir-se bem com a forma como o fazem, de forma mais consciente e sustentável”, sublinhou Sara Van-Deste, Administradora de Projetos Especiais em Wallapop.
Zara avança com plataforma de revenda
O grupo de moda Inditex também está prestes a entrar neste universo, depois de uma experiência de sucesso com a Zara no Reino Unido. A gigante internacional espanhola prepara-se para lançar um serviço de venda de roupa em segunda mão em Espanha. De acordo com o El Economista, o grupo de Ortega pretende lançar a plataforma online “Zara usados” em todos os mercados onde está presente, que incluirá Portugal, ainda este ano.
Fonte-Newsletter Portuguese Shoes